quinta-feira, 5 de setembro de 2013

A Criança - Capítulo 3



                                    
                                    Capítulo 3 - A Vó!



Edson saia para o trabalho na cidade, enquanto Jessica o observava da porta, as meninas brincavam no quarto, Isabelly pegou uma boneca de porcelana de Kathe, era uma boneca pálida, de olhos azuis profundos, como se guardassem uma tristeza ali. Isabelly olhou para Kathe e disse:

–Ela parece tão triste, porque deixa-la sofrendo?

–O que você vai fazer com ela? – Katherine adorava a boneca chamada Mel, ganhara de sua avó paterna ainda viva, e tinha medo que quebrassem ela.

–Vou apenas acabar com seu sofrimento – falou Isabelly batendo com a cabeça da boneca na cabeceira da cama da pequena, na esperança de que o sangue jorrasse do pescoço da boneca, mas como isso não aconteceu ela acabou com os pedaços de porcelana da boneca com as próprias mãos.

Isabelly olhou sorrindo para a pequena, essa que fazia cara de choro por sua amada boneca estar toda quebrada, mas ao ver os olhos duros de Isabelly, e uma ameaça muda ela desfez o beicinho e voltou a brincar com outra boneca que tinha em mãos.

Naquele dia Isabelly foi para a cidade com Jessica e Kathe, foram até a casa da mãe de Edson, quando chegaram Caroline sorriu para a neta e ao ver a menina estranha de olhos azuis profundos seu sorriso desmanchou, ela olhou especulativa para Jessica mas deu de ombros, logo as crianças foram para a cozinha lanchar e Caroline começou com as perguntas para Jessica.

–Quem é essa criança?- perguntou apavorada, andando pela sala.

–Ela é Isabelly Carol, ela apareceu na nossa casa a três dias, não conseguiram encontrar seus pais, ela vai ficar conosco até acharem eles.

–Ela é... estranha, você não tem medo de deixar ela sozinha com Kathe?

Mas o que elas não imaginavam era que da cozinha, Isabelly ouvia cada palavra delas, e que nesse instante ela segurava uma faca de cozinha, apontando em direção a Kathe, Kathe no inicio achou que fosse brincadeira, não tinha noção de nada, mas logo seus olhos demonstraram medo.

–Claro que não Carol, ela é muito amigável, ela adora Kathe assim como Kathe adora ela, ela cuida de Kathe como se fosse sua irmã, ela é uma ótima criança.

–Eu não sei não Jessica, vocês devem tomar cuidado com essa menina, ela pode ser má influencia para Katherine.

Nesse momento, ao ouvir essas palavras o ódio por Caroline nasceu tão forte em Isabelly como a força que ela apertava a faca em sua mão.

Quando estavam saindo da casa de Carol para irem até uma loja comprar algumas roupas para Isabelly, esta não deu tchão para Carol.

–Não vai me dar tchau menina?- perguntou repreendendo a garota.

–Não, vamos Kathe! – perguntou pegando a mão da pequena que sorria.

Jessica ficou um pouco surpresa com a reação de Isabelly, mas se tinha algo que ela já notara naquela criança era que ela percebia de longe quem não gostava dela.

Já Carol ficou perplexa com a afronta em sua própria casa que ficou sem respostas, apenas observou aqueles cachos negros saírem em direção ao carro com sua única neta.

Jessica levou as meninas até uma loja de roupas de crianças, ela pegou Kathe pela mão ao entrar na loja.

–Olá, em que posso ajuda-las? Perguntou uma moça sorridente.

–Eu queria roupas para esta daqui! – apontou para Isabelly que encarava a moça.

–Oi criança, vamos procurar uma roupinha para você?- perguntou fingindo gentileza, coisa que Isabelly percebeu e foi até as roupas que queria, pegou um vestido preto, uma blusa cinza e uma calça jeans também preta. Colocou na cesta de compras e foi junto de Jessica.

–Vamos ver se é seu tamanho? – pediu a vendedora, esperando pela cesta que Isabelly segurava, essa se voltou para Jessica e disse:

–Eu sei que são do meu tamanho!

Jessica sorriu constrangida e seguiu pegar mais umas coisas para Isabelly e umas para Kathe, voltaram pra casa ao fim da tarde.

Jessica dirigia da cidade para sua casa, Isabelly estava sentada no banco do carona, e Kathe sentada atrás em sua cadeirinha, começou a tocar uma melodia no rádio, mas Isabelly trocou de rádio, colocando uma música de rock para tocar, Jessica olhou para Isabelly, essa que começou a cantar a música em uma voz doce e arrepiante.

–¨Vivendo fácil, vivendo livre

Um bilhete para a temporada, numa viagem só de ida

Sem pedir nada, me deixe em paz

Pegando tudo em meu caminho

Não preciso de razão, não preciso de rima

Não tem nada que eu prefira fazer

Descendo, hora da festa

Meus amigos vão estar lá também¨

–Você gosta dessa música?- perguntou Jessica um pouco assustada por a menina cantar tão bem a letra.
–Sim.

Logo ela recomeçou a cantar...

–¨Sem sinais de "pare", sem limites de velocidade

Ninguém vai me fazer reduzir a velocidade

Como uma roda, vou rodar

Ninguém vai me sacanear

Ei Satã, paguei minhas dívidas

Tocando em uma banda de rock

Ei mamãe, olhe para mim

Estou no meu caminho para a terra prometida¨

Música!

E era assim que a criança se imaginava, feliz, na estrada ao inferno.

Quando chegaram, Kathe foi direto para o banheiro tomar banho, Isabelly ficou no quarto enquanto Jessica dava o banho na filha.

Jessica saio da banheira toda encharcada, pois quando Kathe brincava com a água a molhava, ela se levantou e foi até perto da porta, quando olhou no espelho, viu dois olhos azuis, com sangue escorrendo pelo rosto, olhou assombrada para a porta, atrás de si, e apenas viu Isabelly sorrindo, sem sangue e nada anormal. Devo estar ficando louca, pensou e pegou a toalha e foi secar Katherine.

Naquela noite Jessica pôs as meninas para dormir cedo, mesmo contra a vontade de Kathe, mas que logo após deitar-se pegou em um sono profundo, ao contraria dela, Isabelly levantou depois que todos foram deitar, foi até o quarto da pequena e ficou olhando pra ela, sentou-se na cadeira da escrivaninha e pegou um papel e uma caneta, rabiscou umas coisas, e observou o seu desenho, um bebê, cheio de algo que parecia sangue para quem olhava, a caneta era vermelha, dava a impressão de ser um desenho sombrio, o que realmente era.

Essa mesma andou até o quarto de Jessica e Edson, esses dois que suavam ofegantes, quase chegando ao ápice.

Jessica sentia o membro de Edson pulsar cada vez mais, sua entrada se apertava, causando delírio nele, que mordia o pescoço de Jessica com fúria e muito prazer, eles suavam muito, mas perderam totalmente o clima quando um vaso de flor caiu no chão, se espatifando, derrubando uma rosa vermelha que Edson tinha trazido para Jessica naquele dia. Isabelly que observava da porta apenas olhou com desprezo para os dois e foi andando pelo corredor, fazendo ruídos arrepiantes com cada passo que dava, foi até o quarto de Kathe, pegou o desenho, foi para seu quarto, o colocou de baixo do travesseiro e dormiu.



                                                                    Próximo Capítulo =>

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.