quinta-feira, 5 de setembro de 2013

A Criança - Capítulo 2



                   Capítulo 2 - Perguntas sem Respostas


Pessoal, gostaria muito que quem lê a fic aqui no blog comentasse também viu!




O dia clareou com um sol quente, nem parecia que no dia anterior tinha vindo a tempestade. Aos poucos Jessica despertava e olhou para a porta, logo viu olhos azuis profundos a observando, ela deu um pequeno gemido de susto e Edson acordou, quando ele viu Isabelly na porta quase que imediatamente puxou as cobertas para se tampar.

–Kathe quer algo para comer-falou em sua voz melodiosa.

Jessica e Edson se entre olharam e Edson respondeu.

–Já estamos descendo.

Isabelly andou ao longo do corredor, cada um de seus passos ringindo ao encontrar o soalho de madeira, chegando na escada ela apertou o corrimão, forte, o fazendo lascar na lateral arredondada. Quando desceu o último degrau e avistou a linda menina sorrindo para ela, aproximou-se com cautela e com o rosto fechado, abaixou-se no sofá, ficando na altura da menina e sorriu.

–Eles já vem, estão colocando roupas após uma foda.

Logo Jessica e Edson desceram, Jessica foi preparar o café enquanto Edson tentava ligar para a delegacia da cidade.

Enquanto ele discava o número Isabelly o olhava confusa, mas logo ele reclamou.

–Esse telefone não chama!

–Isabelly vem tomar um café, e traga a Kathe.

Só depois que as crianças saíram da sala que Edson conseguiu completar a ligação.

–Delegacia, o que deseja?

–Alô, eu queria saber se tem alguma criança desaparecida pela cidade.

–Quem deseja?

–Edson Mepolpe.

–Senhor Edson, não temos mandato de busca para nenhuma criança.

–Uma menina de oito anos apareceu na porta de minha casa ontem, não conseguimos ligar pois aqui estava sem luz, mas ela não sabe dos pais e nem como chegou aqui.

A mulher que o atendeu achou isso estranho.

–Ela disse o nome?

–Sim, Isabelly.

–Senhor, vou conversar com o delegado e mais tarde ele manda alguém aí para tomar as devidas providencias. Onde o senhor mora?

–Na última casa na saída da cidade, antiga moradia dos Mepolpe, próxima ao milheral.

–Ok senhor, aguarde que logo chegaram aí.

–Ok, obrigado.

–Nós que agradecemos.

Edson desligou o telefone com a intuição de que eles não resolveriam nada.

Logo que chegou na cozinha viu Isabelly dando café na boca de Kathe, ele achou estranho, mas daí percebeu o como a filha gostava daquela menina, e Jessica sorria vendo a cena.

Após tomar o café Jessica se encaminhou até a pia.

–Deixe-me lavar?

Perguntou Isabelly deixando Jessica e Edson surpresos.

–É...não precisa criança...

–Eu insisto-disse com um sorriso estranho e foi até a pia e pegou a esponja e começou a lavar copo por copo, talher por talher, enquanto Jessica a encarava curiosa.

Que criança na idade dela se ofereceria para lavar a louça?

O dia passou ¨tranquilo¨, Isabelly ajudava Jessica nas tarefas da casa, conquistando a confiança dela. Quando Kathe chorava, Isabelly era a primeira a correr para ela e a acalmar, dando-lhe o que ela queria.

Isabelly estava sozinha na cozinha, olhava fixamente pela janela, em direção a um lago que se estendia atrás da casa, de repente raiva passou por seu rosto, e ela agarrou com força uma faca de cozinha, a levantando, como se fosse ameaçar alguém.

–Isabelly?-chamou Jessica ao entrar na cozinha, essa que rapidamente largou a faca e sorriu ao se virar em direção a Jessica.

–Os policiais chegaram, eles querem fazer umas perguntas a você.

O sorriso de Isabelly se desmanchou, e ela seguiu Jessica até a sala onde dois policiais esperavam sentados.

Quando ela chegou eles a olharam confusos, ela era uma criança tão pequena, será que fora abandonada?

–Olá Isabelly!

–Oi-falou seca olhando para o policial mais velho que tentava ser educado.

–Como você veio parar aqui criança?

–Andando.

–Andando de onde?-ela olhou com certa fúria para eles, como se não gostasse de responder.

–De algum lugar.

Ela não estava colaborando com eles.

–Tente ajudar os policiais querida, para eles poderem te ajudar-pediu Jessica carinhosa.

–Mas eu não preciso da ajuda deles!- olhou para Jessica e Edson.

Um dos policiais já estava ficando impaciente.

–Onde seus pais moram?

–Eu não tenho pais.

–Onde você mora?-perguntou o mais novo.

–Eu não tenho casa.

–Mas onde você morava antes de aparecer aqui?

–Eu não morava em lugar nenhum.

O policial mais velho, Jorge, olhou para Edson e falou para ele:

–Eu não sei o que fazer em uma situação dessas, temos a criança mas não temos um desaparecimento, na cidade não tem um horfanato, teremos que envia-la a um horfanato na cidade visinha.

Isabelly recuou, como se prestes a fugir se eles a obrigassem a ir com eles.

Jessica viu o medo nos olhos da criança.

–Não tem outra opção?-perguntou ela.

–Não senhorita Mepolpe, vamos colocar cartazes na cidade, alertando que a criança foi encontrada, assim os pais a encontraram, porque ela deve ter alguém responsável, não é possível ela ter surgido do além-zombou o policial mais velho.

–E até alguém se apresentar?-pergunto Jessica temendo pela menina.

–Ela vai para o orfanato ou uma casa de passagem.

Isabelly recuou mais ainda, indo para trás de Edson.

–A não ser que... que vocês queiram ficar com ela por enquanto...

Jessica olhou para Edson e fez sinal para ele a seguir.

–Só um instante senhores-pediu Edson indo para a cozinha.

Ao chegar lá Jessica o olhou seria e com olhos tristes.

–Você não acha que seria melhor cuidarmos dela até eles acharem os seus pais?

–Eu não sei Jess... nós conhecemos essa criança ontem...

–Que mal ela poderia fazer a nós Ed?-perguntou brava.

–Nenhum... nenhum mal...

–Vamos ficar com Isabelly até encontrarem os seus responsáveis-falou Edson ao se aproximar dos policiais.

–Ok, vocês que sabem- deu uma última olhada para Isabelly, que sorria travessa- Adeus!

–Até mais...Nos deem notícias...

Os policiais se retiraram e Isabelly correu abraçar Jessica, a pegando de surpresa.

–Obrigada!

Jessica retribuiu o abraço da pequena e sorriu.

–Não foi nada querida, mas que tal você nos falar o porque de não responder as perguntas dos policiais?

–Eu respondi!-falou sorrindo.

E isso era verdade, ela tinha respondido, mas de modo que não os ajudou em nada.

A noite chegou novamente, após um café Jessica foi arrumar a cama das crianças, e deu o vestido limpo e seco de Isabelly para ela colocar após o banho.

Isabelly estava no banheiro com chuveiro, a agua caia em suas cascatas negras, o seu reflexo no box espelhado era de uma criança linda, até de repente, aparecer a imagem dela ensanguentada, a criança estava saindo do reflexo no espelho, para a vida normal, com as mãos prontas para agarrarem que puder, e Isabelly viu a imagem ganhando forma, e sorriu.

                                                                                              Próximo Capítulo =>


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.